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Você tem FOMO de que?

Entenda uma síndrome que nos persegue sorrateira há mais de 20 anos

 

Não! O título não tem um erro de digitação. É FOMO mesmo. Talvez você nem saiba exatamente o que é; porém, é bem provável que você ou alguém bem próximo a você tenha esse problema. Sabe aquela sensação de não ter tempo suficiente para acompanhar e assimilar tudo que está acontecendo no mundo pelas redes sociais? É esse medo de estar perdendo algo – e nem se sabe realmente o quê ao certo – que tem sido cada vez mais comum entre as pessoas do nosso século. O compartilhamento de conquistas e momentos agradáveis nas redes sociais pode trazer um sentimento prazeroso, porém, para quem está do outro lado da tela, pode gerar a percepção de que a “grama do vizinho é mais verde”. Vê-se vidas excitantes e felizes, mas só estamos vendo um instante destas vidas, não sabemos o que há por trás de cada post. A ideia de que todos estão satisfeitos com suas vidas, menos você, pode ser apenas uma impressão. Não permita que este medo faça parte do seu cotidiano, ainda mais agora que ainda estamos confinados em nossas casas por conta de uma pandemia global

 

FOMO – fear of missing out – traduzido literalmente para o português significa “medo de ficar de fora”. Esta condição foi descrita pela primeira vez em 1996, durante a condução de um grupo de estudo pelo Dr. Dan Herman. A impressão de que outras pessoas têm experiências que você não está tendo gera uma necessidade de compartilhar tudo nas redes sociais e, com isso, pode levar a um vício. De acordo com o Dr Herman, FOMO é basicamente o medo que as pessoas sentem diante de uma situação com muitas escolhas e possibilidades, onde uma escolha significa muita renúncia, e a possibilidade de perder tudo o que se poderia ter tido com outras opções. Além de causar mau humor e angústia, em casos mais graves, esse mal pode provocar até mesmo a depressão. Apesar de ser mais comum entre os mais jovens, pessoas de qualquer idade podem sofrer com o problema.

Quando você levantou hoje pela manhã, a primeira coisa que você fez foi checar o WhatsApp? Você passa horas vendo postagens no Facebook ou tirando fotos de cada momento para postar no Instagram? Bem, permita-me dizer que estas ações até parecem comportamentos normais para essa geração, mas podem ser sintomas de um problema bem maior.

Os principais motivos do problema então associados à condição de muitos jovens têm se sentido angustiados na internet, especialmente com o crescimento do conceito de popularidade das redes sociais e o senso de urgência gerado pela cultura do imediatismo. Como a relação dos usuários com tecnologia digital ainda é relativamente muito recente, não é raro adolescentes sofrerem com essa angústia social, sem nem mesmo saber. Mas não se iluda, se você passou dos 30, muitos outros indivíduos de outras faixas etárias já experimentam este desconforto emocional.

Em muitos casos, indivíduos com FOMO ficam mais distraídos em casa, nas aulas e nas reuniões de trabalho. Ou, ainda mais grave, ao utilizar o celular enquanto dirige para não perder nenhuma novidade e registrar stories e snaps ao volante. Ao longo do tempo, a pessoa com o problema passa a apresentar mau humor, ansiedade, stress, tédio e solidão. Em casos intensos, este medo específico pode causar depressão.

Estudos realizados sobre o assunto indicam que o vício em redes sociais não é um problema exclusivo de adolescentes. Segundo pesquisas nos Estados Unidos e no Reino Unido, as principais vítimas do FOMO são jovens e adultos de 18 a 34 anos, faixa etária identificada como “geração Millennial”. Além disso, os dados demonstram que a síndrome não interfere apenas na vida pessoal do usuário, mas também coloca questões como a carreira e a vida profissional em risco. Um dado alarmante: as análises sobre o tema indicam que os homens “hiper conectados” são mais propensos a apresentarem os sintomas de FOMO.

 

COMO EVITAR O FOMO?

1. Diminua o uso das mídias sociais – reduza o tempo de uso das mídias sociais. Crie horários para se atualizar e evite passar o dia todo conectado. Além disso, lembre-se de que nas redes sociais as pessoas costumam publicar muitos momentos de alegria e realização, mas aquilo não necessariamente é realidade, ou, pelo menos, não de forma completa. Todos passam por dificuldades e decepções que nem sempre são publicadas nas redes.

2. Estabeleça Rotinas – Com as mudanças, muitos perderam suas rotinas. Estabelecer novas rotinas, como horários fixos para acordar e dormir, horário de trabalho (início e principalmente o fim.É importante saber a hora de parar) podem ajudar a diminuir os níveis de estresse e ansiedade. Comece do simples e vá inserindo coisas aos poucos. Separe também um tempo para descansar e se distrair, mesmo que isso signifique não fazer nada. Isso também é importante para a saúde mental.

3. Reencontre seus prazeres – O momento da quarenta pode ser uma oportunidade de se conectar com antigos (ou novos) prazeres ou hobbies como pintar, tocar um instrumento, ler bons livros, jogar, durma, brincar com os filhos… a lista é enorme. Apenas lembre-se de fazer algo que lhe traga prazer, e quando estiver fazendo, aproveite o momento – não use isso como pretesto para postar nas redes sociais. Se não estiver sobrando tempo tudo bem, faça quando puder. Passeios pelos parques a sós ou com o seu pet podem ajudar. Você vê, é visto, e por estar em movimento, pode até se condicionar melhor fisicamente!

Vamos passear?

4. Valorize as pequenas coisas – Todos já ouvimos de alguma forma a “importância das pequenas coisas”. Neste momento vale o reforço de aproveitar intencionalmente os pequenos prazeres do seu dia a dia: um café recém passado, um banho quente, o conforto da sua cama, uma refeição simples ou a companhia de uma pessoa especial. Olhar para estas pequenas coisas vão ajudar a valorizar mais o momento, carpe diem nunca sai de moda!

5. Procure um profissional – Não apenas jovens sofrem com essa angústia: há até mesmo crianças estressadas. Se o problema atrapalhar o cotidiano da pessoa, é importante buscar um psicólogo ou profissional de saúde para ajudar com a situação.

6. Faça cursos livres – fazer cursos livres (muitos têm se beneficiado dos online) para ocupar o seu tempo, aprender novas habilidades e se distrair um pouco das redes sociais vão lhe trazer benefícios como melhor e maior ciclo de amizade, a tal da sociabilização ou networking – real, não somente virtual; capacidades técnicas que você leva consigo aonde quer que for, como uma língua estrangeira, por exemplo; upgrade de seu currículo, algo tão estimulado por empresas; e até mesmo renda extra, dependendo do curso que você venha a fazer!

Agora, você já sabe o que é FOMO e como lidar com o problema. A tecnologia tem muitos benefícios, mas passar tempo demais conectado não é uma prática saudável. Não deixe de fazer atividades ao ar livre – só ou acompanhado, o que é bem melhor – e busque sempre o equilíbrio!

 

O PAI GARANTE

“Por que deixar que as ânsias do futuro perturbem hoje a paz no coração? O Pai que nutre os frágeis passarinhos garante a tua provisão. Pois sabe, não muda e sempre te ajuda. O Pai que nutre os frágeis passarinhos garante a tua provisão.” Cântico gospel

Conectar-se com o mundo real é sempre mais benéfico

Em Lucas 9:25, a Bíblia fala: “Porquanto, de que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro, mas perder-se ou prejudicar-se a si mesmo?” Olha como a ansiedade de ter mais do que se precisa tem prejudicado a humanidade há mais tempo do que queremos admitir. Eu diria que fazer é melhor do que pensar em fazer. Não falo do descarte do planejamento, mas se temos apenas planejamento e vontade sem construirmos nada, de fato, nossos pensamentos não funcionarão; precisamos de ação! Just do it – here and now! (Aja – aqui e agora!) Exemplos e ações ensinam mais do que postagens e legendas de efeito! Desligue-se das mídias e crie meios de conectar-se com você e com o mundo real ao seu redor! E amanhã, antes de pegar o celular, beije a pessoa amada, ande pela casa, abra as janelas, deixe o sol arejar a casa, sente-se na varanda para apreciar a paisagem por alguns minutos – e, se for o caso, leva logo o pobre do cachorro para dar uma volta no quarteirão! Você estará ganhando forças para si, aliados dentro de casa e verá que muitos de seus medos começarão a diminuir e outros até desaparecerão.

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Márcio Correia

Graduado em Psicologia e Inglês, pela UMHB, nos EUA, e com cursos de aperfeiçoamento em gerenciamento e marketing feitos ao longo de sua vida, Márcio é um entusiasta e adora gente, cultura, festas e novidades. Já morou nos EUA por muitos anos e sempre que pode encontra novos lugares para conhecer. Acumula boas experiências nas áreas da música, moda, design, arquitetura e organização de eventos. Já foi colunista em um jornal local e atualmente organiza eventos sociais e empresariais, além de ser professor de inglês e assinar a coluna OCASIONAIS para o Portal ConceituAdo

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