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Reciprocidade já! Migalhas e restos não interessam

Hoje em dia, muitas vezes nos deparamos com relações que parecem se contentar com migalhas. Migalhas de atenção, migalhas de afeto, migalhas de tempo. Não sei bem sobre você, mas migalhas e restos não me interessam. Eu valorizo – profundamente – o que é verdadeiro e completo. Todos nós temos valor como pessoas, amigos e profissionais; precisamos ser valorizados. Temos todo o direito de esperar por algo que se aproxime dessa plenitude, uma vez que disponibilizamos o melhor de nós mesmos. Empatia e altruísmo precisam ser exercitadas. A fortificação destas musculaturas nos fará ter relações mais sólidas. A relação custo-benefício é bem mais rentável, se você precisar de uma ilustração menos emocional. Força na ação de perceber o outro! Invista em você investindo no outro. Paradoxal? Bem vindo à vida dos adultos!

“Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, pensava como menino. Quando me tornei homem, deixei para trás as coisas de menino.”

I Coríntios 13:11

 

Conversas amistosas, repletas de risadas e trocas sinceras, são fundamentais para nutrir essas relações. A reciprocidade é a chave; quando damos atenção, tempo e afeto, esperamos receber – se não o mesmo – pelo menos respeito em troca. E para isso, a empatia permite nos conectarmos com os outros, entender suas dores e alegrias, enquanto o altruísmo nos leva a agir com generosidade e compaixão. Devemos ser tão presentes quanto necessários e deveríamos receber o mesmo em troca. Precisamos ser atentos ao desejo e à necessidade alheia. Que o mundo se exercite em fazer o mesmo! A mutualidade gera força e pode diminuir desgastes; unidos sempre vencemos mais fácil e rapidamente.

Migalhas e restos podem alimentar, mas quando penso na palavra “nutrir”, vislumbro comida farta, mesa cheia e copos transbordantes. Meu pai sempre gostou de mesas abundantes e da alegria das pessoas ao redor delas. Geralmente pensamos em momentos de felicidade quando temos fartura. Mas não se engane: podemos ter fartura de caráter e nos alimentar do que importa, com ou sem fartura material. O individualismo que se expande em passos largos e disfarçados me assusta e decepciona. A vida não precisa ser assim! Temos como mudar isso. Precisamos ser sensíveis para perceber o mundo e as pessoas ao nosso redor, mas também firmes o bastante para nos autoimpor limites e regras. Ter princípios é o fundamento de tudo, não é mesmo? Eles nos guiam nas escolhas que fazemos nas relações e na vida.

“Haja paz na Terra a começar em mim” — é o primeiro verso de um hino que cantávamos em nossa igreja. Que possa haver paz, saúde, sabedoria, elegância, respeito e mais justiça, ao menos a começar em cada um de nós! Podemos até usar a palavra “resíduos” para descrever interações superficiais, mas o meu foco aqui vai muito além disso. O que discuto aqui é uma maior atenção à totalidade da existência e experiência humana. Lutemos pela atenção total, a emoção completa: deseje e dê um beijo bem dado que transmita carinho e conexão genuína, um abraço envolvente que aqueça a alma e transmita segurança – uma mordida bem dada na maçã do amor! Bom, não? Que haja tudo isso a começar em nós: o calor de uma refeição compartilhada, o presente pensado com carinho que revela cuidado e consideração, a valorização do tempo e do esforço do outro. Queira e dê o tempo guardado como um tesouro precioso, onde cada momento junto seja valorizado e celebrado. Se nada mais, um olhar no olho – e que ele diga bem mais do que palavras, expressando interesse verdadeiro, interação real e revigorante afeto.

Vivemos uma mínima extensão de vida sobre esta Terra. Por isso, acredito que “carpe diem” deveria estar gravado na alma, na carne e na mente de cada um de nós. “Aproveitar o momento” enriquece a vida ao nos lembrar da importância de vivermos plenamente aqui e agora—experiências reais são as únicas coisas que realmente nos pertencem. A total intenção de ser, estar, fazer, experimentar e conhecer é o que realmente importa. Não se contente com menos. A vida é muito curta para nos satisfazermos com sobras ou relações rasas; desfrutemos do banquete completo da experiência humana!

Portanto, se você também anseia por essa plenitude nas suas relações—seja no amor, na amizade ou na vida profissional—junte-se a mim nessa busca por conexões verdadeiras. No final das contas, o que realmente importa não são as migalhas ou os restos, mas sim a riqueza das experiências plenas e significativas – aqui e agora!

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Márcio Correia

Graduado em Psicologia e Inglês, pela UMHB, nos EUA, e com cursos de aperfeiçoamento em gerenciamento e marketing feitos ao longo de sua vida, Márcio é um entusiasta e adora gente, cultura, festas e novidades. Já morou nos EUA por muitos anos e sempre que pode encontra novos lugares para conhecer. Acumula boas experiências nas áreas da música, moda, design, arquitetura e organização de eventos. Já foi colunista em um jornal local e atualmente organiza eventos sociais e empresariais, além de ser professor de inglês e assinar a coluna OCASIONAIS para o Portal ConceituAdo

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