Káthia Virgínia Guacury Pinheiro – visionária das artes, música e empreendedorismo – é uma renomada violinista e empresária que tem deixado uma marca indelével no mundo da música e das produções culturais no Brasil. Como proprietária da Toccata, uma produtora musical de prestígio, Káthia tem sido uma figura central na organização dos mais renomados eventos em Brasília, Rio de Janeiro, Piauí, Bahia e Minas Gerais por 25 anos. Além disso, sua trajetória de 50 anos de carreia é marcada por um profundo compromisso com a arte e um talento inegável para os negócios. Ao longo dos anos, Káthia tem ajudado inúmeros cantores, instrumentistas, compositores, arranjadores, arquivistas, iluminadores, designers, sonorizadores, decoradores, cerimonialistas, profissionais das artes e produtores culturais a se estabelecerem mais firmemente em suas carreiras. Sua capacidade de cultivar amizades facilmente, aliada à sua simpatia contagiante, faz dela uma pessoa querida e respeitada dentro e fora do meio artístico. Káthia realiza negócios com uma habilidade excepcional. Seu charme, elegância, talento e foco são traços que a distinguem e a tornam uma líder admirada por muitos. Além de sua atuação empresarial, Káthia brilhou como spalla da Orquestra do Teatro Cláudio Santoro por pouco mais de duas décadas, onde sua dedicação e maestria no violino encantaram plateias e colegas músicos. Entre suas ideias inovadoras, destacam-se as Serenatas de Natal e do Dia dos Namorados, que inspiraram o amor a ser cantado e trouxeram um toque especial às celebrações. Essas iniciativas não apenas aqueceram corações, mas também inspiraram o mercado em que se insere, demonstrando seu impacto como empreendedora criativa. Seus badalados saraus musicais atraíram a nata da sociedade de Brasília por vários anos para sua residência onde apresentava saraus de música, arte, poesia e culinária, em uma espetacular imersão em qualidade de vida, arte e refinamento. A Mulher de Vitórias da vez, com uma visão inovadora e uma paixão incansável pela música, continua a influenciar e inspirar o cenário cultural brasileiro, consolidando sua posição como uma das grandes figuras das artes, da música e do empreendedorismo no país. Além de sua carreira brilhante, Káthia é uma mãe e avó apaixonada e atenta. São 5 filhos – 3 homens e 2 mulheres e 12 netos. Sua dedicação à família é evidente em cada momento que compartilha com seus entes queridos, equilibrando com maestria suas responsabilidades profissionais e pessoais. Como mãe, ela está sempre presente para apoiar, orientar e celebrar as conquistas de seus filhos, oferecendo a eles um exemplo inspirador de trabalho duro, criatividade e paixão. Como avó, Káthia traz alegria e sabedoria para a vida de seus netos, criando memórias preciosas e laços afetivos profundos. Hoje, a harmonia entre sua vida pessoal e profissional é um testemunho de sua capacidade de se dedicar de corpo e alma a tudo o que faz. Estimado público, com vocês a vida e a obra de Káthia Pinheiro!
Quem é Káthia Pinheiro?
Quando adolescente, eu era muito tímida, inibida, mas depois de alguns sacolejos que a vida nos dá, anos de terapia, análise, meditação, yoga, constelações e aprofundamentos sobre mim mesmo, hoje, depois de tanto trabalho, considero-me forte, centrada, objetiva e super segura da insegurança que nos rodeia. A grande verdade, creio eu, é que fazemos e planejamos sonhos, mas o Grande Mestre que nos deu o sopro da vida é que comanda e dirige tudo. Iniciei ao piano aos 7 anos de idade, posteriormente, aos 11, ganhei um lindo violino de minha mãe, e foi ai onde tudo começou. A princípio minha paixão era a Harpa, mas, como quem mandava mesmo era Dona Virgínia, não tive muita alternativa. Sou formada pela UFRJ, com vários cursos e masterclasses com renomados professores de violino – Nicolas Merrat, Moisés Mandell, Cecília Guida, Prof. Paulo Bosisio, dentre outros. Após pouco tempo, já fui convidada para fazer parte dos ensaios da OSB (Orquestra Sinfônica Brasileira) – um grande aprendizado – e posteriormente para ser professora. Minha história com o violino já tem 50 anos!
Você gosta de que tipo de música afinal?
Todos os gêneros de música boa e bem escrita. Sou amante de Bach, Vivaldi, Beethoven, Tchaikovsky e todos os eruditos que nos trouxeram o melhor das harmonias. Contudo, amo MPB, Bossa nova, Samba, Rock in roll. Enfim, gosto de toda música que nos emociona e nos traz beleza.
Como você relaxa?
Estudar idiomas, estudar e tocar violino despretensiosamente, viajar, assistir um bom filme na Netflix e tudo que fuja do cotidiano, sem esquecer de comer bem! Mesas fartas me encantam!
Muitas amizades colecionadas?
Sou muito empática e respeito todos os meus amigos. Creio que amizade seja isso: respeito e aceitação; claro que há divergências, mas elas cooperam para um bem maior. Contudo, tenho me tornado, a cada dia que passa, mais seletiva e introspectiva.
Vamos falar de família.
Como boa taurina, sou muito mãenzona, das antigas. Amo as reuniões familiares, casa cheia de filhos, noras, genros e netos. Quanto mais confusão melhor, mas sempre com muito amor, respeito e opiniões diversas pois tudo isso é que nos faz sair da casinha, pensar diferente, ampliar os horizontes e ver tudo por outras perspectivas.
Em que você acredita? Ou, se você preferir, em que você deposita a sua fé?
Altamente temente a Deus e aos Seus desígnios, pois fazemos os planos, mas a última palavra vem do alto, e vindo do Pai Celestial, o desfecho é sempre perfeito; porém, para sentir e saber quais são esses desígnios são necessários alguns quesitos que nem sempre estamos preparados a nos submeter, pois demandam determinação, foco, abnegação, reclusão e propósito.
Festas são diversão ou trabalho?
Festas fazem parte da minha vida desde criança. Sou filha de artista, então, concertos, operas, concursos de canto, concurso de violino, recitais, shows, recepções, apresentações sempre fizeram parte da minha educação e criação; sendo assim, tudo isso se tornou parte da minha essência, mas todo este glamour não sou eu e sempre soube separar as coisas e os sentimentos. De uma certa maneira, ainda sou a adolesceste tímida do começo da entrevista que aprendeu a ser artista e a encarar minhas plateias.
Apresente-nos a TOCCATA.
Somos uma produtora musical que gosta de oferecer música de excelente qualidade para nossos clientes há 25 anos. Temos vários tipos de grupo: grandes orquestras, orquestras de câmera, big bands, grupos de jazz, grupos de serenata – tudo isso com instrumentistas fantásticos e cantores surpreendentes. Já fizemos até musicas para desfiles de moda. “Todo artista tem que ir aonde o povo está!” A música de Milton Nascimento deixa isso bem claro na canção “Nos bailes da vida”. Realmente vamos aonde nossos clientes nos chamam! Fazemos eventos para presidentes e embaixadores, mas você também encontra a marca TOCCATA nas praças, nas ruas, nas fazendas, nas varandas, nos quintais, nos pátios, nos clubes, nos churrascos, em jantares, casamentos, bodas, 15 anos, batizados, shoppings, igrejinhas, lojas, jardins e por aí vai! A criatividade de nossos clientes, o propósito do evento e a percepção de conforto, bem estar, segurança e bom gosto nos norteiam sempre. Adoramos o que fazemos!
TOCCATA PRODUÇÕES
BL B – SRTVS 701Centro Empresarial Brasília, sala 213 – Asa Sul, Brasília – DF, 70340-907Contato: (61) 984086171
Você faz eventos bem significantes, qual um dos recentes eventos TOCCATA que você pode mencionar?
Fizemos a música de um casamento que o país todo comentou por semanas. O super simpático Joshua Arantes do Nascimento, filho do nosso icônico Pelé, se casou com Bárbara Meireles, ao som de TOCCATA, em Brasília, cidade natal da noiva, no Espaço Renascença, no Park Way. Carla Meireles, a mãe da noiva, nos apresentou à mãe de Joshua, Assíria, e daí desenvolvemos com os noivos o programa musical da cerimônia de casamento, com a participação de Assíria interpretando a música “Aqui Estarei” que emocionou demasiadamente aos noivos e a todos os convidados.
A festa foi emocionante! De repente, as emoções naturais que acompanham uma cerimonia de casamento unidas às imagens de Pelé, que nos deixou recentemente, e de toda a visibilidade e todas as emoções que ele proporcionou ao nosso Brasil, nos tocam profundamente. Um grande evento com pessoas queridas, muitas emoções e feito por talentosos profissionais.
Conte-nos sobre Brasília e você.
Brasília foi paixão à primeira vista, mesmo sendo uma carioca da gema. conheci Brasília quando tinha 11 anos de idade e, desde aquela época, falava que um dia iria morar nela. Como palavra tem poder, claro que isso se realizou. Em 1980, depois de participar do curso internacional de verão, recebi um convite inesperado do maestro Levino de Alcântara, na época diretor da EMB (Escola de Música de Brasília) e dois meses depois estava assinando o contrato com a secretaria de Educação do Distrito Federal e, em seguida, a convite do maestro Cláudio Santoro, integrei e ajudei a fundar a OSTN, (Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional) hoje OSTNCS (Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Cláudio Santoro).
E o que falar do Brasil?
Já viajei demais, do jeito que gosto, a trabalho e a turismo. Já me apresentei na Coreia do Sul, em Portugal, na Itália, no Japão, nos EUA, na Argentina, e pelo nosso país. Dos 27 estados do nosso Brasilzão, só não conheço o extremo norte do Brasil. Não troco o Brasil por nenhum dos 6 continentes do nosso planeta. Brasil, amo-te! Receba a minha gratidão!
A arte geralmente lida com o que é belo. O que é beleza para você?
Como diria nosso eterno poeta e compositor, Antônio Carlos Jobim, “beleza é fundamental”, porém precisa vir de dentro. Espírito e alma precisam ser belos para que só assim a beleza externa possa resplandecer, irradiar, influencias e direcionar.
Saúde pra dar e vender?
Quando nascemos, somos presenteados, como os asiáticos dizem, com uma capacidade X de Chi. O Chi é definido como uma força vital que flui constantemente pelo corpo e que, quando bloqueada ou alterada, provoca doenças. Para os orientais, a mente só consegue evoluir se o corpo estiver saudável. Quase todo mundo já viu algum espetáculo de um praticante de artes marciais quebrando algo com um golpe das mãos. No entanto, a sua mão continua em perfeitas condições, o que parece desafiar a lógica. O Chi é um conceito taoísta muito antigo. Segundo o conceito, se cuidarmos do nosso dia a dia com amor, sabedoria e inteligência, gastaremos pouca energia e com isso conseguiremos chegar e ter uma longevidade generosa. Mas ao contrário – se gastarmos muita energia na adolescência, juventude e extrapolarmos nas práticas extravagantemente, gastando e jorrando ao vento toda essa energia, viveremos pouco. Ou seja, a vida também passa pelas nossas mãos, mas é claro, nascemos com grande carga dessa energia recebida pelos nossos descendentes, viveremos conforme gastarmos. Tento viver em equilíbrio e harmonia.
E a vida o que é? Diga lá, minha irmã!
Sopro divino que ganhamos ao nascer, mas que podemos usufruir do melhor e das mais belas expressões divinas dependendo de nossas percepções. Amo viver e, se pudesse, viveria pelo menos uns 300 anos para poder usufruir cada dia mais da vida e sentir, exercitar e colocar em prática o que temos ao nosso alcance.
Você tem sonhos que ainda quer concretizar?
Sonhos são necessários para caminharmos e para a nossa existência fazer sentido. Cada vez que “co-crio” um sonho, sinto minhas percepções aumentarem e se multiplicarem, assim como os próprios sonhos. No momento, desenho e moldo alguns pensamentos, prólogos dos sonhos, digamos, rascunhos de um futuro empreendedor.
Amor?
Sentimento que aprendemos a desenvolver, assim como a raiva, ansiedade, vergonha, tédio, além das tradicionais alegria, tristeza, raiva, medo e nojo… Quase o filme Divertida Mente 2. Enfim….O amor envolve, cuidar, preservar, transformar, alimentar, aproximar e renovar. Expressão tão presente e ativa que nos move para muito mais além.
O que é poder para você?
Quando criança, sempre ouvi meu pai dizer que “quem não tem competência não se estabelece”, ou seja, poder é consequência de estudo, disciplina, constância, equilíbrio, inteligência – inclusive emocional, e humildade. O poder pode chegar para qualquer um, mas poucos conseguem lidar com ele e/ou sequer mantê-lo.
O medo faz parte do vocabulário de uma Mulher de Vitórias?
Ele é inerte e necessário ao ser humano, pois sem ele, não conseguiríamos viver por muito tempo. O medo é a linha divisória entre o impulso e a contenção. Se não tivéssemos medo, atravessaríamos uma avenida altamente movimentada, arriscando nossas vidas, ou seja, o medo nos mantém vivos por mais tempo.
O que você espera do futuro?
O futuro a Deus pertence, mas com a capacidade e inteligência que ganhamos do livre arbítrio, temos o dever de traçar planos e sonharmos um futuro colorido e mais desafiador. Gosto muito de planejar e de colocar estes planos traçados em prática nos próximos 5 anos. O que estarei fazendo daqui a 5 anos? Onde estarei daqui a 5 anos? Quantas vidas terei impactado daqui a 5 anos? Bem, em poucas palavras, já estou trabalhando para que o meu futuro e de todos que me rodeiam, seja repleto de energia, vitalidade e maravilhosas surpresas.
Durante anos tivemos majestosos concertos abertos em Brasília assinados pela TOCCATA. Alguns na Catedral e outros na Dom Bosco. Quando teremos chance de experimentarmos de tais iguarias culturais novamente?
Eles eram fantásticos mesmo! Eram concertos com a OBACH – Orquestra Brasileira de Arte Cultura e História. Baseada no pensamento de Emília Viotti da Costa, historiadora brasileira, que diz que “um povo sem memória é um povo sem história. Um povo sem história está fadado a cometer no presente e no futuro, os mesmos erros do passado”, montamos concertos gratuitos que alimentassem a alma, os ouvidos, os olhos, a mente e a história dessa capital. Nossa orquestra se propõe a ser um instrumento de resgate e reflexão das linguagens que formataram a cultura brasileira desde o início da colonização portuguesa até a presente data. Por isso, nos dedicamos em recriar as sonoridades, bem como o figurino das obras que orientaram o desenvolvimento musical brasileiro. O diferencial da OBACH consiste no resgate da música antiga euro-brasileiro que vem sido esquecida em nossa mídia contemporânea. Por esta razão, temos ensaios regulares com laboratórios que buscam reconstruir a interpretação original de cada peça. Para maior integralidade da performance nós da OBACH, vestimos roupas de época escolhidas com o mesmo rigor do nosso repertório. São roupas que permitem uma visualização dos cenários mais próximos ao original e que permitem uma boa performance musical. Ao final de cada concerto promovemos uma viagem épica que reconta os sabores sonoros dos nossos antepassados. Nosso portal musical permite uma viagem inesquecível aos tempos antigos, e tudo isso ao alcance do toque e do olhar como um filme fora das telas de cinema. As pessoas embarcavam conosco para uma viagem à música dos séculos passados! Nosso concerto no Santuário Dom Bosco, por exemplo, teve um público estimado de 1.800 pessoas. Eles ouviram Telemann, Vivaldi e Corelli. Tínhamos uma periodicidade bimestral de concertos, atraindo cada vez mais turistas e brasilienses a assistirem os concertos que aos poucos estavam se tornando tradição na cidade. Em dezembro de 2017, antes mesmo de completarmos um ano de OBACH, fomos convidados pelo Instituto Intercultural Art & Healing Project a nos apresentar na casa de concertos “The Dimenna Center” em Manhattan, New Jersey e Harlem, onde executamos obras de compositores barrocos e também dos compositores João McDowell e Angelica Faria, brasileiros residentes na cidade, que compuseram peças especialmente para turnê da OBACH em Nova York. Motivos técnicos, pessoais, primeiramente, e, posteriormente, inseguranças e imposições pandêmicas e pós pandêmicas fizeram estes concertos estacionarem. Contudo, eles ainda vivem – em nossos corações, mente e em breve em palcos pelo país! Há espaço para a boa música; há público para bons espetáculos; há patronos para o que fazemos; há saúde, fé e talento para encantar muitas plateias em Brasília e no mundo.
Você se identifica com o conceito de empoderamento?
Costumo dizer que o empoderamento é o irmão gêmeo do poder, pois esse é fruto e consequência de uma carreira respeitosa para consigo e para com os que nos rodeiam. Nos sentimos empoderadas quando passamos o que precisamos passar de forma clara, assertiva e funcional, ou seja, tudo deu certo, nesse sentido o poder se estabelece de forma natural e orgânica.
A gratidão lhe acompanha?
Ela é o segredo para todas as conquistas em todas as áreas do ser humano. A área da vida que se encontra deficitária e carente, com toda certeza, nela não existe gratidão. A falta de gratidão, faz com que as bênçãos sejam retidas de nossa vida.
A TOCCATA – ou você mesma – sempre estão associadas a alguma ação ou projeto social? Isso mudou?
Claro que não! Temos ajudado um grupo chamado CISFAC. Ela é uma organização não governamental (ONG) formada por gente inconformada com a violência, com a falta de oportunidades para alguns e com a desestruturação familiar. Nascida em julho de 2006, a CISFAC – Centro de Integração Social da Família e da Criança precisa de pessoa para ajudar como padrinhos, voluntários ou instituições parceiras. Muito pode ser feito com o que pensamos ser pouco. Unidos e participativos, sempre vencemos!
Para mais informações clique no link – https://cisfac.org.br/principal-2/
Diga-me o que você gostaria que as pessoas assimilem desta entrevista.
Gostaria que minhas palavras chegassem ao coração de todos que, por ventura, lerem essa entrevista, assim, terei cativado a alma do leitor, afinal, como já dizia o sábio Saint-Exupéry em “O Pequeno Príncipe”. somos eternamente responsáveis por tudo aquilo que cativamos. Nesse entendimento, me sinto responsável e aberta para discutirmos e esclarecermos todas e quaisquer questões que por ventura sejam necessárias para nosso crescimento espiritual e artístico.