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Homem de Vitórias – Raphael Gosf, designer de moda e ator | @rapha.cos

Conheça Raphael Gosf, um jovem prodígio que brilha tanto nas passarelas quanto nos palcos. Designer de moda e ator, Raphael é um talento versátil, cuja adaptabilidade e criatividade são marcas registradas. Maleabilíssimo, ele se destaca por sua capacidade de moldar tendências, transformando cada peça e cada personagem em uma obra de arte. Na moda, Raphael encanta com suas criações que mesclam simplesmente tudo que ele tem ao seu alcance, sempre com um toque pitoresco que é sua assinatura. Suas criações são uma sinfonia visual, onde cada detalhe é pensado para contar uma história única. Ele não apenas acompanha as tendências, mas as reinventa, trazendo frescor e originalidade a cada peça sua que veste ou que encena. No teatro, Raphael se transforma, mergulhando de corpo e alma em seus personagens. Sua atuação cativa. Como um camaleão das artes, ele consegue transitar entre diferentes papéis com maestria, sempre surpreendendo e conquistando a audiência. Raphael Gosf é mais do que um simples artista; ele é uma força criativa em constante evolução, cuja paixão pelo que faz é palpável e inspiradora. Cada projeto que toca se torna uma vitória, consolidando sua posição como o “Homem de Vitórias” da vez. Seu talento multifacetado e sua visão inovadora fazem dele uma figura admirável e imprescindível no cenário artístico atual.

 

Raphael por Raphael

Alguém em busca do seu espaço para viver… Dizem que sou engraçado, mas não sei não! Ás vezes acho que sou muito rígido comigo mesmo. Sou criativo, não consigo parar quieto, gosto de pensar nas coisas da vida passando pela minha ótica pessoal, algo meio quixotesco, devo admitir! Gosto de pensar em mim como uma tela para meus surtos diários, e tenho isso muito presente no meu dia a dia pois se assim não fosse, acho que não suportaria. Tenho a satisfação de hoje dizer que até as cuecas que uso foram feitas por mim, passaram pelo mundo das ideias e nasceram para completar meu look, meu dia, minha rotina.

Estudos

Sou formado em Design de Moda pela Universidade Federal do Ceará;  tenho formação técnica em informática no ensino médio que fiz na Escola José de Barcelos, mas essa parte da informática prefiro ignorar – fiz mesmo pela obrigação, para terminar o ensino médio. Na escola me considerava mais parte da biblioteca do que do curso que fazia.

Teatro

Algo que acho que sempre esteve em mim. A primeira vez que fiz um curso de teatro, eu tinha 11 anos; foi uma iniciativa de uma professora de artes que me sugeriu fazer um extra na escola, mas, antes disso, minhas brincadeiras já eram montar espetáculos e apresentar para quem estivesse em casa – coisa de criança! Esse curso que fiz aos 11 anos, não lembro bem, mas creio que não durou nem 6 meses. Voltei a buscar outro curso logo quando terminei o ensino médio, aos 18 anos. Me inscrevi para o curso de teatro do Theatro José de Alencar, e também já tinha passado no Enem para fazer Design de Moda na UFC. Logo que terminei o ensino médio, já passei na universidade e meu plano era fazer esse curso no Theatro José de Alencar simultaneamente, mas o ano era 2020, com a pandemia, acabei não continuando no curso de teatro, que nem consegui ir para a primeira aula porque meu celular havia sido roubado e, na semana seguinte, já havia sido decretada quarentena. Nesse período, entre os 11 e 18 anos, apesar de não estar em nenhum curso formal de teatro, eu nunca parei, sempre busquei uma brecha para montar uma peça teatral. Quando os professores passavam seminários, todos já sabiam que eu perguntaria se poderia ser em formato de peça, e, diga-se de passagem, elas eram todas muito bem elogiadas e bem embasadas. Tanto é que até hoje, mesmo formado no ensino médio, há alguns anos, existe um evento anual em que escolhem um autor brasileiro e fazem apresentação sobre as obras dele, e ainda me chamam. Fico muito feliz porque no ensino médio esse era o meu momento de fazer uma produção bem feita. Me sinto reconhecido, mesmo sendo algo – aparentemente – pequeno, mas isso revigora as minhas energias e não me permite desistir… Talvez eu realmente faça algo bom. Enfim, durante a pandemia, desolado, pensando que nunca mais iria fazer nada para uma plateia, recebo a mensagem de um professor muito querido, Sílvio, meu professor de história, minha matéria preferida, enviando o número de um amigo dele que ofertava curso de teatro. Sílvio me falou que mostrou um vídeo meu, um que fiz para esses eventos anuais que aconteciam na escola, e que eu falasse com esse amigo dele, o Kildary Pinho, diretor do grupo Abre Alas, do qual faço parte até hoje. A partir daí. tenho feito várias apresentações com o grupo, o que me levaram a receber o Prêmio Quimeras do Teatro, em 2022. Acho que o teatro transporta não só quem faz, mas quem assiste a um momento muito humano e real. Hoje não consigo levar o teatro como minha função principal, faço o que posso e tenho orgulho do que consigo. Já fiz apresentação até no hospital de saúde mental. Teatro é saúde, qualidade de vida, pelo menos para minha vida é! Eu espero alcançar novos horizontes no meio da atuação e tocar mais pessoas… Essa experiência no hospital fazendo apresentação para os internos me fez ver que é muito possível tocar as pessoas de uma maneira que nem eu imaginava.

Passatempo

Gosto muito de fazer cosplay de personagens de filmes, jogos, animes que gosto, costurar roupas, fazer acessórios, criar maquiagens diferentes. Isso, além de um passatempo, está se tornando minha fonte de renda. Atuar um personagem despretensiosamente é maravilhoso, sinto no cosplay a força daquilo que sei fazer. Adoro também exoterismos de todos os tipos, é uma temática que me atrai muito e que se reflete nos meus gostos que, por vezes, tendem a ser um pouco sombrios, Sempre que vou fazer uma roupa para mim, tendo a usar paletas escuras e também referências históricas. Amo uma estética vitoriana para usar como referência em tudo o que posso.

Amizades

Acredito que tenho poucas e boas… Não consigo ser a pessoa mais faladora. Talvez eu pareça distante, mas sou muito feliz com as amizades que tenho – são conexões que me são muito preciosas, amizades que fortalecem e impulsionam. Tenho muito apreço pelas pessoas que me cercam e talvez elas nem imaginam o quanto.

Família

Família é algo que se constrói. As amizades, às vezes, são mais parte da família do que nossa família de sangue. Por muito tempo tive conflitos com este “tópico”. Contudo, reconheço que família é uma base, por vezes uma base torta, mas ainda uma base.

Diversão

Me sentir bem comigo mesmo, realizar alguns pensamentos intrusivos que surgem: “e se eu fizesse a maquiagem de tal personagem de tal jeito?” Se eu estiver com tempo, vou lá e faço. Me visto da maneira que quero me vestir. Fazer minhas roupas, me permite escolher as cores, tecidos e formatos que quero ter. Acho engraçado algumas pessoas que me param na rua e perguntam se estou vestido de algum personagem… Mas sou só eu mesmo! Claro que aproveito e falo que sou ator e faço a propaganda da roupa que fiz… O marketing é a alma do negócio. Muitas vezes me olho no espelho e me sinto um palhaço, o que é ótimo! Quem tem medo de palhaço fica longe e quem gosta se aproxima bem mais facilmente. Já me pintei de verde, me vesti de bruxa e peguei ônibus… Não que eu quisesse, mas foi o que me possibilitou a verba do momento, pintado de verde ou não! A vida é uma passarela e estarei desfilando nela, preciso botar esses toques divertidos na rotina do mundo porque é minha maneira de fazer a existência ser uma experiência mais aprazível.

Desafios

Viver em sociedade por si só já é desafio demais para qualquer um… Quero expandir, mostrar o que sei fazer e ser compensado por isso e esta é a parte difícil. Há momentos que me sinto vivendo como um espião com identidade secreta: quem me conhece como estilista, não me vê como ator e quem me vê como ator, não me vê como estilista. Equilibrar essa balança deve ser meu maior desafio no momento, Não sei se um dia vou equilibrá-la, mas vou construir minha resposta com o tempo.

Fortaleza

Minha vida inteira tem sido em Fortaleza. Tem de tudo na cidade, apesar de que a minha experiência observando a cidade da janela de um ônibus afeta muito minha opinião: o quanto as coisas podiam ser melhores, um planejamento urbano certamente seria muito bem vindo. Falando sobre os espaços culturais de Fortaleza que são muitos e de ótima qualidade, infelizmente são de difícil acesso. E quando o espaço cultura é ótimo, os entornos são precários. Não estamos na cidade mais segura do país, mas tenho fé que um dia isso possa mudar e as pessoas tenham segurança e se sintam confortáveis para ir para estes espaços, assistir uma peça, um filme, sei lá! A sensação que tenho é que existem as pessoas que saem para baladas e as pessoas que não gostam de sair para canto nenhum, muitas vezes é por falta de opção salubre, por exemplo: o Cine Teatro São Luís é maravilhoso, porém, se formos assistir algo que terminei mais tarde, a iluminação da Praça do Ferreira, em frente ao Cine é tenebrosa e não passa nenhum ônibus perto….

Brasil

Talvez um dia me conheça!

Arte

Me encanta em todas as formas: – pintura, cinema, fotografia, teatro, fazer, ver, estar, experimentar, etc. Arte acontece e é produz um sentimento tão único que só consigo defini-lo usando a própria palavra “arte”. Mesmo no meio acadêmico é algo muito subjetivo definir exatamente o que arte é. Eu vindo do meio da moda, e essa é uma discussão ainda mais intrincada: moda pode ser considerado arte? Têm coisas que por definição não têm definição e essa pode ser uma das belezas intrigantes da arte.

Saúde

Certamente não sou um exemplo de melhores atitudes, mas com certeza poderia ser pior. O que realmente me tira do sedentarismo é o teatro. Quem pensa que é só ficar sendo bonito em cima do palco e falar texto decorado, está muito enganado. No final de um espetáculo é possível sair mais suado e exausto do que de uma aula de crossfit, e quando tem coreografia de dança entre uma cena e outra, já valem horas de malhação em academia.

Vida

Estou em um momento de deixar a vida me levar: faço o que posso para não ficar parado, tento equilibrar o que quero com o que preciso, trabalho principalmente fazendo roupas sob medida, acessórios e figurinos, enquanto busco meu lugar nos palcos. Talvez fosse melhor focar em 1 coisa só, mas é um luxo que não posso me dar pois com a vida que levo hoje, o mais lógico me levaria a um caminho seguro e amargo… me recuso a desistir de algo que me faz bem e que sei que posso levar um bem também…  Já dizia o gato da Alice: “Se não sabe para onde vai, então qualquer lugar serve”, ou algo assim. Vida de artista não é algo fácil, mas ninguém nunca disse que seria; contudo, espero conseguir chegar em algum lugar bom, talvez em algum lugar além do arco-íris.

Sonho

Quero paz, poder dizer não, fazer uma eurotrip em todos os lugares assombrados da Europa, ter uma casa bem ao estilo vitoriano para me sentir parte da família Adams, tocar órgão como instrumento musical. Ter o teatro como minha função principal e a moda como algo mais… Para isso, vou trabalhar e pegar as oportunidades que aparecerem e assim vou vou trilhar meu caminho.

Amor

Para mim, o amor tem uma forma nítida e clara – minha gata Madeline. Ela pode fazer o que for que eu acharei lindo. Posso estar como for, sei que ela estará lá. Amo também estar com minhas minhas amizades e sentir que estou bem entre as pessoas que me cercam.

Projetos

Pretendo fazer enfim o curso de teatro no José de Alencar… Já estou ensaiando outras peça, fazendo trabalhos com moda aqui, alí e acolá, fazendo figuração em séries, e assim vou indo. Pensando mais longe, espero me firmar como alfaiate para ter uma base sólida para poder correr atrás do que quero de verdade.

Medo

Renunciar ao que considero importante para apenas sobreviver. Me dói escutar “seja você mesmo”. Apesar de ser minha maior fortaleza, é por ser eu mesmo que talvez não me encaixe em lugar nenhum. Já apresentei diversas peças, já tive coleção produzida para desfile, inclusive no Dragão Fashion, o maior evento de moda autoral da América Latina que acontece em Fortaleza, já viajei para outro estado para palestrar em um evento do Sesc Piauí… Quando paro para pensar nisso tudo, acho incrível, mas me bate uma síndrome do impostor…. Tenho medo de estagnar de vez.

Futuro

Espero poder deixar minha marca. Quero impactar as pessoas nos palcos, atuando ou criando figurinos. Por enquanto, vou fazendo uma roupa aqui, oferecendo uma palestra acolá, ou personagem ali, e assim criando meu espaço. Espero que ouçam falar mais de mim em breve. Tomara que seja coisa boa, espero não virar só estatística para aparecer no jornal nacional.

Música

Não sei se consigo escolher uma só, mas uma música que nunca sai das minhas preferências é Lacrimosa de Mozart. Ela é sombria,mas é esperançosa. Posso ouví-la feliz, triste, a qualquer momento, e “Like a Prayer”. Life is a mistery…

Mensagem

Sinceramente, não faço a menor ideia do que dizer… Talvez possa dizer para ter esperança de que algo bom possa acontecer, nem que seja aos poucos, mesmo sendo difícil, se manter fiel a si, por mais complicado que seja é o melhor que posso fazer… Tentar agarrar as coisas com unhas e dentes pode ser cansativo e improdutivo. A situação tem que ser vista com os próprios olhos e o melhor a se fazer é tratar dos assuntos com leveza. O estresse é inevitável, mas os bons momentos podem ser bem vividos com as pessoas que realmente estão ao seu lado. Que as oportunidades venham e possam ser aproveitadas.

Finalização

Algo que é uma insegurança minha e – ao mesmo tempo – é meu maior trunfo é minha maneira doida de ser. Quando paro para pensar em tudo que conquistei hoje por mim e para mim, nasceu de uma ideia doida que fiz acontecer e tinha gente mais doida que eu ao meu lado… Eu talvez ainda não saiba de tudo que sou capaz, mas espero crescer para descobrir. Terminar citando o mágico de Oz, que é uma história que amo: a Bruxa má do oeste é minha personagem preferida da vida, uso meias listradas por causa dela. Mas gosto do que Dorothy fala em O Mágico de Oz, em 1939. “Se eu jamais voltar a buscar os anseios do meu coração não irei procurá-los além do meu próprio quintal. Porque se não estiverem lá, é que nunca foram realmente meus.”

 

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Márcio Correia

Graduado em Psicologia e Inglês, pela UMHB, nos EUA, e com cursos de aperfeiçoamento em gerenciamento e marketing feitos ao longo de sua vida, Márcio é um entusiasta e adora gente, cultura, festas e novidades. Já morou nos EUA por muitos anos e sempre que pode encontra novos lugares para conhecer. Acumula boas experiências nas áreas da música, moda, design, arquitetura e organização de eventos. Já foi colunista em um jornal local e atualmente organiza eventos sociais e empresariais, além de ser professor de inglês e assinar a coluna OCASIONAIS para o Portal ConceituAdo

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