O Colóquio da Lei da Gastronomia é uma realização do Senac Ceará, em parceria com o Governo do Estado do Ceará e a Universidade Federal do Ceará (UFC). Ele aconteceu nos dias 23 e 24 de novembro, no Senac Reference. A programação foi aberta pela diretora regional do Senac Ceará, Ana Cláudia Martins, que deu as boas-vindas aos mais de 60 participantes que representam a cadeia produtiva da gastronomia cearense. O assessor especial para a gastronomia do Governo do Estado do Ceará, João Luiz Lima, fez um breve histórico e destacou a importância da Lei da Gastronomia (Lei n° 17.608 de 06/08/2021), que estabelece a Política Estadual da Gastronomia e da Cultura Alimentar e cria o Programa Ceará Gastronomia.
Luiz Ginocchio Balcázar, ex-ministro da Agricultura do Peru, membro do conselho de administração da APEGA (Sociedade Peruana de Gastronomia) deu uma oportuna palestra on-line aos presentes. Ele apresentou projetos que fortaleceram a cadeia produtiva do país, que hoje é um dos principais destinos de turismo gastronômico. Dentre os projetos, destacou-se o Gran Mercado de Mistura, em que chefs cozinhavam lado a lado com os agricultores, originando o projeto Cadeias Agroalimentares e Gastronômicas Inclusivas. Luiz ressaltou o foco no produtor e no comércio local, que corresponde a 70% do comércio no Perú, gera empregos e movimenta a economia.
A programação seguiu-se com formação de grupos de trabalho para redação de um documento que contemple as principais propostas que resultaram de debates realizados durante o mês de novembro, abordando os principais assuntos contemplados na lei: educação, cultura alimentar, turismo, cadeia produtiva, economia criativa e desenvolvimento econômico. O documento vai ser entregue ao Governo do Estado do Ceará.
“Ao realizar o Colóquio da Lei da Gastronomia, o nosso objetivo principal foi concretizado: reunir toda a cadeia produtiva para contribuir para o melhor uso da lei da gastronomia. Além de representatividade, o colóquio propõe a integração de todos os agentes que fazem a gastronomia cearense no sentido de fortalecer e consolidar essa política pública, com foco na valorização da cultura e da economia regional”, disse Ana Cláudia.
Profissionais do setor de alimentos e bebidas, da cultura alimentar e educação em gastronomia, além de órgãos e entidades estaduais com competência e interesse nessa área, se reuniram para debater a Lei n° 17.608 de 06/08/2021, que estabelece a Política Estadual da Gastronomia e da Cultura Alimentar e cria o Programa Ceará Gastronomia. O Colóquio da Lei da Gastronomia se encerrou no dia 24 de novembro, com a apresentação ao Governo do Estado do Ceará dos dados levantados nos debates e em pesquisa aberta ao público. Os debates aconteceram em sessões temáticas, contemplando características, necessidades e projeções para assuntos abordados na lei da gastronomia, entre esses: educação, cultura alimentar, turismo, cadeia produtiva, economia criativa e desenvolvimento econômico.
“A lei está sendo debatida de forma a aproximar os atores e motivar deliberações, dentro dos seus princípios, com os objetivos de divulgar, fortalecer e promover todos os elos dessa cadeia produtiva e também a cultura alimentar cearense”, explica a consultora de Gastronomia do Senac Ceará, Vanessa Santos.
Sobre o Programa Ceará Gastronomia
Ao longo das últimas décadas, importantes movimentos passaram a evidenciar suas gastronomias locais como referência cultural, tornando-as em verdadeiros referenciais de valorização da economia. No caso do Ceará, evidenciamos a cultura alimentar, voltada para a preservação de nossas origens gastronômicas, que fazem parte da edificação de nossa sociedade e cultura, como a base para a implantação de qualquer plano de desenvolvimento para o setor.
Os elos da cadeia produtiva – pequenos agricultores familiares, a indústria alimentícia, chefs de cozinha, instituições de ensino, bares, restaurantes, casas de espetáculos, hotéis e turismo em geral, consumidor final, local ou de fora – precisam ser integrados de forma estruturada, eficiente e proporcionando uma verdadeira integração da gastronomia na economia criativa, proporcionando verdadeiro estímulo ao produto regional, fortalecimento do turismo gastronômico e, consequentemente, geração de renda e emprego a todos os envolvidos.
“Estimular um setor econômico específico que possui alcance em diversos subsistemas é um verdadeiro privilégio para o desenvolvimento econômico de nosso estado, abrindo novas oportunidades de negócios”, defende o assessor especial para a gastronomia do Governo do Estado do Ceará, João Luiz Lima. Por meio do programa, a ideia é fomentar a interação de ações entre setores público e privados, inclusive na realização de eventos gastronômicos em várias cidades cearenses.
Em geral, o Programa Ceará Gastronomia cria diretrizes para a cadeia gastronômica enxergando-a como um setor estratégico para o desenvolvimento econômico e sustentável do estado do Ceará, tendo como base ações integradas entre os atores da cadeia produtiva, estimulando os produtos e produtores locais, a educação profissional no setor da hospitalidade – turismo e gastronomia – o desenvolvimento igualitário e a autoestima do povo, a geração de empregos, o aumento de renda e o fortalecimento do turismo gastronômico e da cultura alimentar local.
Um coquetel de encerramento foi oferecido aos presentes ao Colóquio. O celebrado Guga de Castro – jornalista, DJ, radialista, pesquisador musical e produtor cultural – foi o responsável por embalar a noite com sua playlist cheia de personalidade e regionalismo.