O Conselho Brasileiro de Dança reconheceu os esforços da VIA CIA ARTES POPULARES (@viaciaeventos) como o melhor grupo em Danças Populares, Categoria Avançado, na sexta edição do Festival Internacional CBDD de Fortaleza que aconteceu no período de 4 a 8 de maio no Cineteatro São Luiz e no Teatro RioMar. Dentro do tema Lendas do Brasil, a companhia escolheu a Lenda do Boto Rosa para sua coreografia vencedora. Em termos gerais, o boto ainda é uma figura curiosa e bem misteriosa no folclore brasileiro. No entanto, na maior parte dos casos, ele é visto como pai de muitas crianças nascidas sem casamento, como amigo dos pescadores em águas turbulentas, e como salvador de canoas naufragas. O produtor artístico e coreógrafo Clayson Viana, munido de toda esta informação e de muito bom gosto, reuniu no palco do Teatro Riomar 25 bailarinos para contar a lenda do boto em um enredo fluido e claro. A magia criada pela companhia foi tão eficiente que o grupo ganhou o primeiro lugar da categoria. E viva o trabalho da equipe e o reconhecimento do produto “Made in Brazil”!
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O FESTIVAL
O evento, com cursos e apresentações, aconteceu nos dias 4 e 5 de maio no Cineteatro São Luiz e de 6 a 8 no Teatro RioMar e teve a presença de grandes mestres da dança. Grupos e bailarinos de todo o Brasil competiram a vários prêmios: dinheiro, bolsas de estudo e participações em diversos festivais do Brasil e do exterior, além, é claro, do intercâmbio de conhecimento, da troca de experiências entre dançarinos de diversas cidades do país e os aplausos do público – especialmente depois de 2 anos de pandemia.
O Festival Internacional de Dança do CBDD é produzido anualmente por Janne Ruth e proporcionou o reencontro dos bailarinos com os palcos. Na edição 2022, diversos convidados, mestres com extrema atuação na cultura nacional e internacional, estiveram no júri classificando os participantes inscritos nas mostras competitivas, ministrando cursos, oficinas e audições.
“Só nos resta agradecer aos bailarinos, à equipe de apoio, à coordenação do evento, ao Colégio José Duarte Espinheiro, e a cada família envolvida nesse trabalho. Nosso agradecimento especial aos grupos CAPOEIRA TEAM e MARACATU VOZES DA ÁFRICA. Não se pode falar do Brasil sem citar a cultura afrodescendente. Muito obrigado pela parceria e por nos presentear com tanta riqueza cultural,” diz eufórico Clayson Viana.
A COMPANHIA
Via Cia Artes Populares foi fundada em julho de 2006 com o intuito de valorizar e manter viva a cultura popular brasileira em suas diversas linguagem. Ela tem feito isso levando a dança como referência e sua equipe como eixo fundamental de um trabalho focado, consciente e comprometido com essas manifestações. Premiada em vários festivais do Brasil e exterior, VIA CIA tem participando de eventos nos estados do Ceará, Goiás, Rio Grande do Sul, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Piauí, Mato Grosso do Sul, Pará, Rio de janeiro, São Paulo, Amapá e Bahia, assim como também Itália, França, Alemanha, Chile e Estados Unidos.
O elenco é formado por artistas experientes com base em danças populares, capoeira, jazz, sapateado e ballet clássico, além de atores e músicos que participam de grandes obras teatrais e musicais, e capoeiristas reconhecidos internacionalmente. Grandes eventos e parcerias com grandes empresas fazem parte do portfólio da empresa. VIA CIA tem feito a festa de muita gente ao longo dos anos: os celebrados réveillons do Marina Park Hotel, as criativas festas de confraternização da Unimed Fortaleza, os Pré-Carnavais de Fortaleza, os São Joãos de Maracanaú, etc. A lista, o talento e o profissionalismo são reconhecidamente grandes!
A companhia tem um elenco de 25 integrantes efetivos e se sente honrada e agradecida pelo reconhecimento dado pelo Conselho Brasileiro de Dança com o Primeiro Lugar com a coreografia “Lendas do Brasil – Boto Rosa”, no VI FESTIVAL INTERNACIONAL DE DANÇA DE FORTALEZA do CBDD.
A APRESENTAÇÃO
A LENDA DO BOTO ROSA
A Lenda do Boto Rosa é uma história de origem indígena que faz parte do folclore brasileiro. Ela surgiu na região amazônica, no norte do país. O enredo é mais ou menos assim: o boto rosa, animal inteligente e semelhante ao golfinho, se transforma em um belo e charmoso jovem nas noites de lua cheia no mês de junho, quando são celebrados os dias de São João, Santo Antônio e São Pedro, durante as Festas Juninas. As comunidades ribeirinhas da Amazônia tradicionalmente comemoram dançando quadrilhas, soltando fogos de artifício e fazendo fogueiras em uma festança repleta de comidas típicas, alegria e danças. Assim, o boto transformado aparece todo vestido de branco e sempre portando um chapéu para ocultar um orifício no alta da cabeça, que o permite respirar, uma vez que sua transformação não se dá por completo. Extremamente comunicativo e envolvente, o boto escolhe a moça solteira mais bonita da festa, dança com ela a noite toda, a seduz e a leva para nadar no rio. Lá a engravida e a abandona. Na manhã do outro dia, o encanto se desfaz e ele retoma sua forma de boto novamente.
CURIOSIDADES
- O boto cor de rosa é conhecido como o golfinho das águas doces, que vive principalmente nos rios Amazonas e Orinoco. Além do Brasil, ele pode ser encontrado na Bolívia, no Equador, na Colômbia e na Venezuela. O boto possui este nome porque sua pele tem uma cor rosada, porém os machos são um pouco mais escuros do que as fêmeas.
- Uma maneira de confirmar se os homens presentes em festas juninas não são o boto é retirando os seus chapéus a fim de atestarem suas reais identidades.
- Na cultura popular amazônica, acredita-se que a pessoa que comer a carne de boto ficará louca e enfeitiçada.
- A lenda do boto virou filme em 1987, com o nome de Ele, o Boto, e foi dirigido por Walter Lima Jr.
- Frequentemente a lenda é utilizada para justificar uma gravidez fora do casamento.
- É comum se ouvir dizer que “a criança é filha ou filho do boto” quando a criança tem pai desconhecido.
- Jovens são alertadas por mulheres mais experientes para terem cuidado quando forem cortejadas por homens muito belos durante as festas juninas, para evitar serem atraídas pelo boto e a possibilidade de tornarem-se mães solteiras.