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Museu de Arte Contemporânea do Ceará abre exposição do artista visual cearense Eduardo Frota nesta quinta-feira (2)

Mostra apresenta desenhos e grandes intervenções do artista que dialogam sobre arte e arquitetura.

O Museu de Arte Contemporânea do Ceará (MAC-CE), equipamento da Secretaria da Cultura do Estado do Ceará (Secult Ceará) que integra o Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura (CDMAC), gerido em parceria com o Instituto Dragão do Mar (IDM), abre, nesta quinta-feira (2), às 19h, a exposição “DESENHOS. geometria imperfeita / cavidades dilatadas”, do artista visual fortalezense Eduardo Frota. Com curadoria de Jacqueline Medeiros, a mostra reúne desenhos e elaborações de grandes dimensões no plano das paredes do museu.

     Alinhado com o último decreto estadual, o acesso ao Museu permanece condicionado à apresentação do passaporte vacinal com pelo menos a 2ª dose ou dose única (a depender do imunizante) e do documento de identificação com foto. Até 4 de setembro de 2022, a mostra poderá ser conferida de terça a sexta, das 9h às 18h (acesso até 17h30), e aos sábados, domingos e feriados, das 10h às 19h (último acesso 18h30).

     Partindo da premissa de que, num museu de arte contemporânea, a obra não deve ser mediada por nenhum suporte, o artista desbrava a superfície da materialidade concreta do museu para criar nova fisicalidade. Com uma intervenção artística ampla e direta na arquitetura do próprio museu, Frota lança questões sobre arte, arquitetura, fluxo, espaço e tempo, tais como o que significa ser um museu de arte contemporânea do ponto de vista da arquitetura, circuitos de arte no Brasil ou ainda até que ponto a obra de um artista contemporâneo está submetida a arquitetura do espaço expositivo. Trabalhando com o mínimo de material possível, mas essencialmente o que sugere a expansão do próprio espaço, o artista desnuda desenhos e formas, muitos deles revelados pelo próprio ambiente.

     Para a curadora Jacqueline Medeiros, Frota usa o elemento da geometria como disparador para o pensamento contemporâneo da arte, mais uma expansão do gesto artístico do que a procura perfeita da simetria geométrica idealizada. “Aqui, a geometria é como um corpo elástico e não como um desenho precisamente calculado. São representações construídas com suas condições físicas imperfeitas por terem sido realizadas manualmente”, afirma Medeiros.

     O artista passa a integrar o projeto Trajetórias, programa a partir do qual o MAC-CE convida o público a conhecer ou revisitar o trabalho de artistas cearenses, ou radicados e que produzem no Ceará há muito tempo, a fim de resgatar, fomentar e difundir essas produções. Reconhecido nacionalmente, Eduardo Frota é um artista de importante e intensa trajetória. A mostra, além de evidenciar o seu percurso, apresenta esse trabalho inédito.

    De acordo com a gestora do MAC-CE, Cecília Bedê, a proposta do artista coincide com o momento em que o Museu experimenta processos de revisão, reanálise e recuperação de acervo histórico e ações museológicas em geral, de estreitamento de sua relação com a cidade, o entorno, a classe artística e o público e reflexão e amadurecimento da sua razão de existir. Se a contemporaneidade pressupõe a dilatação, a revolução e a ampliação das perspectivas estruturais e históricas, Frota lança novas perspectivas de olhar e escava a superfície do reboco, a pele do museu. Descortina e descobre espaços naturais do prédio, antes invisíveis e distantes de se tornarem objeto significante. Talha na pele do museu desenho e texto, revela camadas internas, cores, fendas e orifícios. Cria relevos e novas geografias, e, com eles, traz à tona narrativas e processos históricos.

     “Para além dessa experiência, que é bastante corporal, esse gesto também nos permite pensar sobre todo um percurso, que já conta com 23 anos de vida, e como esse equipamento responde ao título que ele mesmo carrega. Nos possibilita discutir sobre sua origem e a cena artística do momento em que ele nasce até os dias de hoje e isso representa falar sobre modernidade e contemporaneidade em um só espaço-tempo”, afirma Bedê.

O artista

Eduardo Frota é natural de Fortaleza, Ceará, onde vive e trabalha. Formado no Curso Intensivo de Arte/Educação (CIAE) Escolinha de Arte do Brasil – EAB, Rio de Janeiro, RJ, Licenciatura Plena em Educação Artística pela Faculdades Integradas Bennet, RJ. Frequentou a Escola de Artes Visuais – EAV, Parque Lage, RJ no início dos anos 1980 e os cursos do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro -MAM / RJ. Nos anos 1990-2012 foi cofundador e coordenador do núcleo de artes plásticas do Alpendre Casa de Arte Pesquisa e Produção. Fortaleza – CE. Em 2001, foi curador adjunto do II Programa Rumos Visuais Itaú para os estados do Ceará, Piauí, Maranhão e Tocantins. Participou da III Bienal do Mercosul – Porto Alegre – RS, da XXV Bienal Internacional de São Paulo – SP, Novas Aquisições – Coleção Gilberto Chateaubriand – MAM – RJ. As principais exposições individuais: 1988  Galeria Macunaíma – FUNARTE  e 1991 – IAB/RJ – Instituto dos Arquitetos do Brasil no Rio de Janeiro – RJ, Centro Cultural São Paulo – SP – Artista Convidado, em 2002 Galeria Vicente do Rego Monteiro – Fundação Joaquim Nabuco – Recife – PE, 2003 CCBB – São Paulo -SP, série de Intervenções Extensivas em 2005 no Museu Vale do Rio Doce – Vila Velha – ES, 2006  no MAM – Rio de Janeiro – RJ, no Palácio das Artes – Belo Horizonte – MG, no Centro Universitário MariAntônia da USP – São Paulo – SP, 2008 no Museu Oscar Niemeyer – Curitiba – PR, 2010  Associações Disjuntivas I – ALPENDRE – Fortaleza – CE, 2018  DES / Construir sobre ruínas na Fundação Marcos Amaro – Itu – SP,  2019 Revólver a terra para semear heterotopias – Sem Título Arte – Fortaleza e Rotas de Extravios na Caixa Cultural Fortaleza.          

A curadora 

Jacqueline Medeiros é bacharel em Artes Visuais pela Universidade Grande Fortaleza, mestre e doutora em História a Crítica da Arte pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Participou do grupo de curadoria e de organização do 68º Salão de Abril Sequestrado de Fortaleza(2018) e curadora geral do 70º Salão de Abril de Arte de Fortaleza (2019). Possui selo editorial Pano de Roda: território e movimento com publicações sobre artistas cearenses, desde 2017. Coordenou a catalogação do acervo de arte do Banco do Nordeste (2012 e 2020). De 2016 a 2019, foi curadora da programação de exposições no espaço autônomo Sem Titulo Arte. De 2003 a 2014, trabalhou como coordenadora de artes visuais no Centro Cultural Banco do Nordeste Fortaleza, onde implantou a sistemática de editais públicos, curadoria de exposições do acervo do BNB e criou junto com artistas locais – Solon Ribeiro, Enrico Rocha, Eduardo Frota e Waléria Américo –  três edições do Laboratório de Arte Contemporânea para artistas iniciantes. Possui textos sobre arte cearense na revista Dastares (ed. 47) e em livros sobre os artistas cearenses Herbert Rolim, Diego de Santos, Solon Ribeiro, Henrique Viudez e Eduardo Frota, Simone Barreto, Zenon Barreto, dentre outros. Realizou as exposições Rotas de Extravios, Revolver a terra para semear heterotopias e 1ª Lição de Geometria: O Quadrado de Eduardo Frota.

Serviço: Abertura da exposição “DESENHOS. geometria imperfeita / cavidades dilatadas”, de Eduardo Frota.
Curadoria: Jacqueline Medeiros
Data: 02 de junho de 2022 (quinta-feira)
Horário: 19h
Local: Museu de Arte Contemporânea do Ceará (Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura – Rua Dragão do Mar, 81 – Praia de Iracema)
Gratuito e livre. Acesso liberado mediante apresentação de passaporte vacinal para pessoas com idade a partir de 12 anos (2ª dose ou dose única, a depender do imunizante) e documento de identificação com foto.

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Philippe Felix

Graduado em Administração e em Marketing, Philippe já viajou pelos mais cobiçados destinos turísticos nacionais e internacionais. Carrega uma bagagem de experiências no mercado de mídia online adquirida por mais de 20 anos como comunicador, influencer e webdesigner. Fundou e dirigiu os portais LeBafon e NordesteVip e atualmente assina seu nome no ConceituAdo.com

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