O Dia do Diplomata no Brasil se comemora em 20 de abril em homenagem ao “Patrono da Diplomacia Brasileira”, José Maria da Silva Paranhos, mais conhecido como Barão de Rio Branco. O Barão de Rio Branco nasceu em 20 de abril de 1850 e comandou o Ministério de Relações Exteriores brasileiro, participando em missões de paz no Paraguai (durante a guerra) e sendo cônsul-geral na cidade de Liverpool, na Inglaterra. Devido a grande contribuição que o Barão do Rio Branco trouxe para a Chancelaria Brasileira, o Dia do Diplomata é comemorado no dia de seu aniversário. A data instituída pelo Decreto 66.217, de 17 de fevereiro de 1970, homenageia a importante função do diplomata, que tem a responsabilidade de informar, representar e negociar variados assuntos e discussões entre os interesses de diferentes países. Um diplomata representa o seu país em um território estrangeiro; portanto, deve ser um ótimo articulador na hora de debater sobre os assuntos internos de seu país com um representante de outra nação.
O texto abaixo foi transcrito do site do Instituto Rio Branco | Ministério das Relações Exteriores e traz com precisão e clareza informações sobre a carreira de um Diplomata.
As mudanças nas relações internacionais estão ocorrendo de maneira acelerada e intensa. A cooperação entre povos e países no século XXI demanda esforço e atenção contínuos. O Brasil, por sua história e tradições diplomáticas, tem autoridade para reivindicar papel ativo na construção de um mundo mais próspero, estável e justo. Em nome da sociedade brasileira e na defesa dos interesses nacionais, o Itamaraty tem importante contribuição a dar ao ordenamento futuro das relações internacionais. E você pode fazer parte desse trabalho.
Aprovado no Concurso de Admissão do Instituto Rio Branco (IRBR), você entrará para a carreira diplomática como Terceiro-Secretário. Os cargos seguintes na carreira são: Segundo-Secretário, Primeiro-Secretário, Conselheiro, Ministro de Segunda Classe e Ministro de Primeira Classe (Embaixador).
Todos os diplomatas têm de ser aprovados no Concurso de Admissão. O treinamento durante a carreira é intenso e contínuo, pois o diplomata tem de ser capaz, entre outros, de bem representar o Brasil perante a comunidade de nações; colher as informações necessárias à formulação de nossa política externa; participar de reuniões internacionais e, nelas, negociar em nome do Brasil; assistir as missões no exterior de setores do governo e da sociedade; proteger os interesses de seus compatriotas; e promover a cultura e os valores de nosso povo. Você será preparado para tratar – tendo sempre como ponto de referência os interesses do país – de uma série de temas, que vão desde paz e segurança, normas de comércio e relações econômicas e financeiras até direitos humanos, meio ambiente, tráfico ilícito de drogas, fluxos migratórios, passando, naturalmente, por tudo que diga respeito ao fortalecimento dos laços de amizade e cooperação do Brasil com seus múltiplos parceiros externos.
O Itamaraty tem tradição de servir ao interesse público. José Maria da Silva Paranhos Junior, o Barão do Rio Branco, patrono da diplomacia brasileira, legou-nos um padrão de excelência que nos esforçamos em manter. Hoje, sucedem-se reuniões de Chefes de Estado e de Governo, congressos de parlamentares, encontros empresariais, seminários técnicos, conferências de organizações não-governamentais, numa indicação clara de que os temas internacionais interessam crescentemente um número maior de representantes da sociedade. Para o Itamaraty, tal evolução enriquece e pauta a atuação do diplomata. No exercício de suas funções de defender os interesses do Brasil no exterior e de contribuir para o entendimento entre os países, o diplomata tem de estreitar a coordenação também com a sociedade da qual provém. Essa noção de diplomacia pública, que orienta as atividades do Itamaraty, constitui a principal fonte de renovação e, ao mesmo tempo, de legitimidade da carreira diplomática. A vocação de serviço público do diplomata brasileiro pode ser também a sua.
Itamaraty
O Ministério das Relações Exteriores é o órgão do governo encarregado de auxiliar o Presidente da República na formulação da política externa brasileira, assegurar sua execução e manter relações com governos estrangeiros – dimensão bilateral da diplomacia – e com organismos internacionais – dimensão multilateral.
Dentre as funções principais do Itamaraty, destacam-se:
- colher as informações necessárias à formulação e execução da política exterior do Brasil;
- dar execução às diretrizes de política externa estabelecidas pelo Presidente da República;
- representar o governo no exterior;
- negociar e celebrar tratados, acordos e demais atos internacionais;
- organizar, instruir e participar de missões especiais em conferências e reuniões internacionais;
- proteger cidadãos brasileiros no exterior;
- promover os produtos nacionais em outros mercados; e
- tratar da promoção cultural do Brasil no exterior.
O nome Itamaraty vem da associação da sede do Ministério na Rua Larga, no Rio de Janeiro, desde 1899, a seu antigo proprietário, o Barão Itamaraty. O costume tornou-se lei em 1967. Em Brasília, na Secretaria de Estado das Relações Exteriores (SERE), a estrutura do Itamaraty foi concebida para permitir melhor coordenação, sem centralização, das questões de interesse para a política externa. Tal coordenação não se esgota dentro do Itamaraty, entre a SERE e os postos no exterior, fundamental, aliás, para garantir a coerência e a solidez das posições que o país deve assumir no plano internacional. Começa, na verdade, no estreito relacionamento que o Itamaraty mantém com os demais órgãos da Administração Pública nacional e, de maneira crescente, com os setores mais representativos da sociedade brasileira, com vistas a fortalecer a legitimidade de nossa política externa.
IRBr – Instituto Rio Branco
O Instituto Rio Branco (IRBr) foi criado em 18 de abril de 1945, como parte da comemoração do centenário do nascimento de José Maria da Silva Paranhos Junior, o Barão do Rio Branco, patrono da diplomacia brasileira. Em março de 1946, estabeleceu-se o Curso de Preparação à Carreira de Diplomata do IRBr, cuja primeira turma foi composta de 27 Cônsules de Terceira Classe, como se chamavam então os Terceiros-Secretários de hoje. É desta data também a obrigatoriedade de concurso público pelo IRBr para o acesso à carreira.
Os objetivos do IRBr são:
- harmonizar os conhecimentos adquiridos nos cursos universitários com a formação para a carreira diplomática;
- desenvolver a compreensão dos elementos centrais da formulação e execução da política externa brasileira; e
- iniciar os alunos nas práticas e técnicas da carreira.
Ao longo de seus mais de 70 anos, as mudanças nas necessidades da atividade diplomática resultaram em ajustes regulares nas normas e nos programas do Instituto, com vistas a manter atualizada a formação do diplomata brasileiro.
QUATRO FILMES SOBRE A VIDA DIPLOMÁTICA
Sérgio (2020)
Durante o período caótico após a invasão dos EUA ao Iraque, o diplomata da ONU Sergio Vieira de Mello assume a missão mais complexa e perigosa de sua carreira.
A Diplomacia (2014)
Um drama histórico que retrata a relação entre Dietrich von Choltitz, o governador militar alemão de Paris ocupada, e o cônsul geral sueco Raoul Nordling.
Argo (2012)
Quando a revolução iraniana invade a embaixada dos EUA em Teerã, seis cidadãos americanos escapam. Agora, somente um homem é capaz de tirá-los de trás das linhas inimigas. Tony Mendez é um brilhante agente da CIA que se especializou em fugas impossíveis, mas seu mais recente plano é tão audacioso quando desesperador. Disfarçados como equipe de produção de um filme, Tony e os fugitivos devem se esconder às vistas de todos e o menor deslize pode significar morte instantânea.
O Que é Isso Companheiro? (1997)
Sinopse: O jornalista Fernando (Pedro Cardoso) e seu amigo César (Selton Mello) abraçam a luta armada contra a ditadura militar no final da década de 60. Os dois alistam num grupo guerrilheiro de esquerda. Em uma das ações do grupo militante, César é ferido e capturado pelos militares. Fernando então planeja o sequestro do embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Charles Burke Elbrick (Alan Arkin), para negociar a liberdade de César e de outros companheiros presos.